quarta-feira, 17 de junho de 2009

Passear alunos...gastar recursos...

Pode parecer incrível, mas hoje passei uma manhã a passear alunos, só porque não podiam estar na escola pois havia exames. Bom, às nove da manhã, chamada, no gimnodesportivo que fica a 10 minutos a pé da escola. É que os alunos não puderam entrar na escola. Partida para uma caminhada. Rua acima, rua abaixo e vice versa. Uns foram ver um filme. Eu fiz parte desse grupo. Estava uma manhã tórrida. Saímos do auditório ao meio- dia com meia hora de caminho até à escola. Resultados práticos? Um calor de morrer. Alunos enfastiados e a desejar poder ter ficado em casa, mas tinham falta se não comparecessem e tem sido isto desde ontem. É que o Ministério da Educação não imagina a falta de recursos físicos que tem, na maior parte do país para prolongar as idas dos alunos à escola, pois não são aulas, é mero passeio e "tomar conta de alunos", fora da escola porque dentro, onde? Estamos num país de doidos, é só o desabafo que eu tenho. Os professores nunca me passearam e nunca perderam tanto tempo com actividades desnecessárias como aquelas que hoje também sou obrigada a fazer porque senão teria falta ao trabalho. Ora, eu sou professora não babysiter. Ensino caminhos, mostro o mundo. Resumo da manhã: passeio à cidade para ver um filme de duas horas e voltar para casa. E foi para isto que eu viajei quarenta quilómetros e outros colegas mais de cem. É um gasto de recursos que até mete dó. Num país assim como se vai debelar a crise???

domingo, 14 de junho de 2009

Rumo ao Norte, Soajo, Guimarães...Alto Lindoso













































Algumas fotografias da viagem de professores de 2008.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Feriados...

Dois feriados seguidos...Há anos que não se via isto...Mas que foi bom, foi. Afinal, desta vez não tive testes para corrigir nem aulas para preparar nem colegas para aturar. É que nos últinos tempos a escola mais parece um campo de batalha. Tiro lá, tiro cá....e assim se vai repetindo dia-a-dia. Pena tenho que a escola que conheci se tenha transformado "nisto". A conversa diária "dita normal" transformou-se no "então já entregaste o relatório? Vê lá é que depois não quero ser penalizado. E as actas estão em ordem? É que se vem a inspecção...Não quero perder o emprego...É que não posso. Tenho família para sustentar." E aquilo que se diz quando não estamos. O problema é que há quem empole o que se disse ou não para ter uma melhor imagem. Às vezes o melhor que se tem a fazer é entrar mudo e sair calado. E mesmo assim há quem pergunte: "Porque será que não diz nada?" E lá se inicia um novo ciclo de suspeições...
E os alunos ?
"Ó setora veja lá que nota me vai dar, é que preciso de ir para a Faculdade e tenho de ter média..." "Então, mas só pensaste nisso agora?" " Sabe é que tenho uma vida atarefada, são os amigos, é a comissão de finalistas, são as saídas com os amigos, não me sobra muito tempo para isto e quando chega a época das avaliações é tudo à pressa." " Não sabes que a avaliação é contínua? Tens que trabalhar todo o ano?! "Ó professora tenho mais que fazer..." " Então, mas assim não vais ter as tais notas que queres..." "A setora veja lá...Não quer ter uma boa avaliação? A setora é que sabe..." "Não precisa de trabalhar?!"
E a "setora" pensa para com os seus botões: "ao que nós chegámos...antes os pais pediam contas aos filhos...Agora são os alunos que as pedem aos professores..."
Algo terá que mudar e com urgência...

domingo, 7 de junho de 2009

Início de era

Já era tempo de eu escrever sobre o que faço. Hoje é um dia como outro qualquer para o fazer. Mais um ano lectivo a acabar e com ele "morre" mais um tempo.
Todos os anos morre um ano e espera-se que outro nasça. Mas agora é diferente. A luz que seria visível ao fundo está longe. Para onde vamos? Onde está a nossa carreira? Ao fim de uns anos devíamos sentir a motivação da continuação. Mas os alunos não são os mesmos, os pais também não e as novidades são cinzentas.
Começo este blogue com alguma esperança de que ainda possa haver algo de novo e que não haja professores de 1ª e de 2ª categoria nos tempos vindouros.
Para onde vamos, repito? Lutemos para ter futuro. Sem educação não há nada. Tudo ficará sombrio.